A Polícia Civil investiga o que provocou a
morte do vendedor Marcelo Barbosa de Oliveira, de 40 anos, em Candeias,
no Centro-Oeste de Minas. O caso ocorreu na semana passada algumas horas
depois de ter sido buscado em casa por funcionários de uma clínica para
reabilitação de dependentes químicos. A família acusa os funcionários
de maus-tratos e negligência. Nessa quinta-feira (30), pacientes fugiram
da clínica e pediram ajuda alegando que vinham sendo agredidos.
Marcelo era
dependente químico e a iniciativa de interná-lo involuntariamente veio
da mãe. “Ele estava já meio doente. Nós achamos que ele precisava de uma
internação e aí telefonei, me informei dessa clínica, porque eu achava
que clínica de recuperação era pra recuperar, não para acontecer o que
aconteceu”, disse Waldete Barbosa.
O acordo para internação na clínica, às
margens da BR-354, em Candeias, teria sido feito com o proprietário do
local. A família teria acertado um valor de R$ 1 mil de entrada e mais
R$ 1 mil para cada mês que Marcelo permanecesse internado.
A família conta que Marcelo foi pego em
casa, em Piumhi, por volta de meia-noite. No momento em que os
funcionários se apresentaram como uma equipe de contenção, os familiares
disseram que já estranharam a maneira truculenta como eles agiram. O
vendedor foi colocado no carro e levado para a clínica, onde entrou por
volta das 2h, ferido e debilitado.
De acordo com a família, ele teria
ficado na clínica por 30 minutos. Depois foi levado para o Hospital
Carlos Chagas, onde recebeu atendimento médico de urgência. Pouco tempo
depois foi constatado o óbito. No laudo fornecido pelo hospital e na
certidão de óbito a causa da morte é apontada como asfixia completa e
estrangulamento.
Segundo o advogado da clínica, Daniel
Limongi, proprietário e funcionários da clínica alegam que não houve
irregularidade no atendimento prestado ao paciente. Para o defensor,
eles sustentam que houve uma fatalidade. O delegado responsável pelo
caso abriu um inquérito policial. Até ontem, apenas a família de Marcelo
havia sido ouvida. Os suspeitos deverão prestar depoimento nos próximos
dias.
Fuga
Nessa quinta-feira, a Polícia Militar
(PM) da cidade recebeu diversas ligações informando que internos da
clínica fugiram e estavam no pátio de um posto de combustíveis na BR-354
pedindo ajuda. Segundo a polícia, eles disseram ter sido agredidos pelo
proprietário e os monitores da clínica, que estavam sem energia e água
desde quarta-feira.
Chegando ao local, funcionários disseram
aos policiais que 12 internos se revoltaram e ameaçaram um deles com
uma barra de ferro. Eles quebraram o cadeado e fugiram. Os demais que
ficaram também relataram maus-tratos. A polícia confirmou a falta de
água e energia. Ambas as partes foram advertidas sobre a situação e,
conforme a PM, os alvos das denúncias se comprometeram a comparecer ao
Juizado Especial Criminal em junho para falar sobre o caso. O
proprietário da clínica não estava, mas foi orientado a comparecer à
Justiça na mesma data. Até a manhã desta sexta-feira a clínica não havia
se pronunciado.
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