sábado, 25 de maio de 2019

Parentes de homem que morreu em hospital de Duque de Caxias acusam médicos de negligência

Silvio Gomes de Vasconcelos estava internado no Hospital Moacyr do Carmo. Secretaria de Saúde informou que aguarda resultado de exame de autópsia para saber a causa da morte.

Homem morre e família aponta negligência em atendimento em UPA de Caxias
Os familiares de um homem que morreu no último dia 11 enquanto estava internado no Hospital Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense acusam profissionais da unidade de saúde de negligência a unidade de saúde. O mesmo dizem da Unidade de Pronto Atendimento de Xerém, onde o rapaz foi atendido pela primeira vez. 

Segundo os parentes de Silvio Gomes de Vasconcelos, de 37 anos, após 13 dias da morte, o motivo do falecimento ainda não foi informado. A Secretaria de Saúde de Duque de Caxias informou, em nota, que aguarda o resultado do exame de autópsia para saber o motivo da morte. 

A luta da família de Silvio começou no dia 15 de abril, quando ele e a mãe, Maria de Fátima Gomes, foram até a UPA de Xerém. Na ocasião, Silvio sentia tonturas e uma indisposição.
 
Segundo Fátima, o rapaz desceu do carro andando e conversando. Contudo, a família afirma que naquele momento começaram os erros, a negligência e a falta de atenção dos médicos. 

Silvio era portador de hemiplegia, uma condição que o deixava com dificuldades para movimentar o lado direito do corpo. Mesmo com a doença, o rapaz ajudava a mãe na pequena loja da família e era muito querido pelos 4 irmãos.
Família diz que negligência de médicos causou a morte de Silvio Gomes — Foto: Reprodução TV Globo
"Eu entrei com ele no médico e o médico nem olhou pro Silvio. Ele nem levantou para examinar o Silvio. Olhando pra ficha da enfermeira, mandou dar soro nele", contou Maria de Fátima.
Ainda na UPA, Silvio desmaiou e irmã dele, Jaqueline Vasconcelos, foi procurar o médico novamente. Segundo ela, o médico queria liberar o irmão sem realizar nenhum exame. 

"Quando ele desmaiou eu fui até o médico. Aí ele queria dar alta para o meu irmão: 'vou dar alta porque acabou o soro'. Eu falei que não tinha como dar alta pra ele. Eu falei: 'doutor, meu irmão não está dormindo. Ele está apagado. Ele urinou e está desmaiado'", disse Jaqueline. 

No posto de saúde, a família contou que o único diagnóstico recebido foi o de pneumonia. Para eles, a informação não era suficiente para explicar o quadro grave em que Silvio se encontrava.
"Ele ficou mais de 30 horas apagado e os médicos em nenhum momento disseram pra gente o porquê dele estar apagado", Contou Marcelo Vasconcelos, outro Irmão de Silvio.
Somente na madrugada do dia 17, quase dois dias depois de chegar ao posto de saúde, Silvio foi transferido para o Hospital Moacyr do Carmo. Mesmo assim, Maria de Fátima contou que no hospital o atendimento não melhorou. 

"Só falaram que o estado do meu filho era grave aí eu perguntava: 'mas grave como? Ele não saiu grave de casa'", dizia a mãe.
Silvio ficou internado na unidade de pacientes graves do hospital e segundo sua mãe, o local era precário. "Até mosca ia sobre meu filho. Eles tiveram que colocar uma máscara por causa das moscas em cima dele"

Família vai procurar a Justiça

A família diz que até agora não recebeu uma explicação satisfatória sobre a causa da morte de Silvio e que vai procurar a Justiça. 

"O que a gente quer agora é justiça, para não acontecer com outros o que vem acontecendo aqui. A gente espera justiça e que os responsáveis possam pagar pelo o que aconteceu", comentou Marcos Vasconcelos, outro irmão de Silvio. 
Silvio Gomes de Vasconcelos morreu no último dia 11 de maio, internado no hospital Moacyr do Carmo — Foto: Reprodução TV Globo
 G1


 

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