terça-feira, 21 de maio de 2019

Paciente diagnosticada com H1N1 em SP em segunda avaliação médica denuncia hospital de MT por negligência

Segundo Elza da Silva Oliveira Caixeta, em primeiro atendimento foi diagnosticada com um simples resfriado. Em SP foi submetida a outro exame que diagnosticou o vírus Influenza A.


Uma paciente entrou com uma ação na sexta-feira (17) contra o Hospital Santa Rosa por negligência médica devido ser descartado o diagnóstico de H1N1 após a avaliação médica em Cuiabá. Uma segunda avaliação, em outro hospital em São Paulo (SP), a paciente foi diagnosticada com o vírus Influenza A. Em nota, o hospital alegou que ela não apresentava os sintomas da doença - Veja a nota na íntegra ao final da reportagem.

Elza da Silva Oliveira Caixeta, que é advogada, afirmou que foi até o atendimento de emergência Hospital Santa Rosa na quinta-feira (2), pois estava passando mal, com febre alta, tosse, dores no corpo e na cabeça, vômito e foi atendida por um médico residente. O médico solicitou exames de sangue e raio-X e logo depois a encaminhou para receber medicação para baixar a febre. 

Na avaliação dos exames feitos, o diagnóstico informado pelo médico foi que a advogada estava com um simples resfriado. Depois disso, ela recebeu alta e foi medicada através de uma receita a fazer o uso de alguns remédios, como analgésico, antifebril e anti-inflamatório, segunda Elza. 

Elza disse ao G1 que, após a consulta, os sintomas não melhoraram mesmo como uso dos medicamentos. No decorrer, ela foi para SP na segunda-feira (6) para uma consulta agendada, pois faz quimioterapia. Na ocasião, ainda estava sentindo-se mal e buscou atendimento junto ao Pronto Atendimento do Hospital Beneficência Portuguesa, e foi realizado emergencialmente o exame de sangue, que deu resultado positivo para Influenza A (H1N1). 

Segundo a advogada, ela foi levada para o isolamento respiratório, pois a doença é infecciosa e ficou internada durante seis dias. Após receber alta, voltou para a capital e no percurso teve vários problemas decorrente a saúde debilitada e com a viagem. Contudo entrou com uma ação de má prestação de serviço contra o Hospital que fez o primeiro atendimento.
 
Elza disse que tem mieloma múltiplo, uma doença autoimune e que desde de 2017 está em tratamento médico. Por causa da doença crônica fez transplante de medula óssea em 2018 no Hospital Beneficência Portuguesa e realiza sessões de quimioterapia a cada três meses regularmente. Ela afirmou que por possuir uma doença crônica deveria ter tido atendimento mais específico, pois, se caracteriza como grupo de risco. 

Segundo a advogada, ela entrou com uma ação de reparação, por danos morais e material contra o hospital que fez um primeiro exame e não diagnosticou que estava com o vírus da Influenza A H1N1. 

Em nota, o Hospital Santa Rosa disse que a paciente foi atendida e apresentou sintomas respiratórios de vias aéreas superiores muito inespecíficos e sem sinais iminentes de gravidade. A paciente estava de uso prévio e ambulatorial de antibiótico oral. Na ocasião, a paciente não apresentou sintomas de falta de ar, dor muscular intensa ou febre alta, estava com um quadro de tosse seca e coriza (nariz escorrendo), que não são sintomas específicos do Influenza H1N1 e podem ocorrer em qualquer tipo de infecção viral. 

"Um exame de raio-X foi realizado e também não evidenciou processo infeccioso. O hospital não realiza a triagem de rotina para Influenza H1N1, exceto para pacientes que apresentem evidência de insuficiência respiratória, o que não era o caso da paciente que estava com os sintomas há cerca de duas semanas. Tendo em vista que o quadro clínico não era mais indicativo de um tratamento antiviral específico. O quadro clínico da advogada foi discutido entre o médico plantonista assistente e o oncologista da paciente sendo orientado o tratamento ambulatorial", diz trecho da nota.
 
G1 




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