Assim como outros casos de necrose no nariz causados por médicos, imprensa simplesmente acobertou erro
Erro de dermatologista causa necrose, cegueira e médicos se calam…
Tal notícia da necrose surgiu de inúmeras mensagens trocadas via
Whatsapp. A tese defendida é de que tudo isso se originou a partir da
execução de uma rinomodelação com ácido hialurônico por meio de uma
médica dermatologista em São Paulo com infeliz desfecho à paciente e sua
família.
Não é novidade para nós, que trabalhamos com Saúde Estética, que
nossa área de atuação é frequentemente bombardeada pela ganância da
medicina e por todo esse “poderio” que eles acham que têm.
Mas toda essa imagem de semi-deuses da medicina, criada a partir de
matérias pagas na grande imprensa e com um endeusamento escancarado dos
médicos, está ruindo com o passar do tempo.
Nós do blog recebemos diversas mensagens denunciando procedimentos
mal feitos por dermatologistas e cirurgiões-plásticos, que colocam em
risco as vidas e integridade da população.
Nos
últimos dias, imagens de uma necrose profunda no nariz, resultante de
um procedimento com ácido hialurônico têm nos tirado o sono.
A paciente das imagens, após o procedimento, teve seu quadro clínico agravado resultando em dores insuportáveis e SPL.
SPL
significa “sem percepção luminosa”, ou seja, a paciente perdeu total ou
parcialmente a visão. Um erro médico estético gravíssimo e irreparável.
As imagens são fortes, Veja:
A culpa da necrose é da dermatologista?
O grande questionamento perante estas imagens é: como uma situação
desta, tão grave e revoltante, não caiu imediatamente na imprensa? Chega
a ser engraçado como existe uma verdadeira proteção ao médico e a
espúria discriminação aos demais profissões da saúde.
Se por um
lado temos um caso tão chocante, que mostra a face errônea da medicina
dermatológica de uma forma preocupante, do outro temos a mídia, que
prefere vender falsas idéias através de matérias pagas, sempre
apresentando médicos em suas matérias, reafirmando a suposta
superioridade desta parcela de egocêntricos e gananciosos.
Nesta situação que relatamos aqui, o erro foi de um dermatologista. Isso mesmo, o profissional que é o “mais indicado para a realização de procedimentos estéticos”, segundo 90% da imprensa no geral.
Mas quem estava lá para denunciá-lo? Quem estava lá para dar voz a pessoa que sofreu calada? Pois é, ninguém!
COM CERTEZA A IMPRENSA É COMPRADA! Pois se tivesse responsabilidade em informar corretamente a sociedade, estariam dando as informações de forma imparcial.
Há muito mais casos graves e frequentes de erros estéticos envolvendo
médicos mal formados e charlatões do que qualquer outro profissional
como biomédicos, dentistas, enfermeiros e farmacêuticos.
Está claro que classe médica não consegue dar conta dos próprios problemas.
Médicos
não são deuses! Não se preocupam em evitar procedimentos mais
arriscados por acharem que podem resolver todo o tipo de intercorrência
se garantindo com antibióticos ou com colega de outra especialidade para
corrigir “cagadas”, mas essa imagem de absolutas segurança e
competência é bem enganosa.
Aonde é que estava toda a “robusta” formação em dermatologia para
evitar ou reverter esse tipo de intercorrência? E quando que encaminhar o
paciente com cegueira e necrose ao colega oftalmologista iria resolver
este tipo de caso? Aonde é que cabe agora aquele discurso que só médico
tem condições de garantir a segurança dos pacientes? Quanta enganação!
Por Deus! Profissionais da saúde devem rejeitar a prestação desse
tipo de serviço (rinomodelação) aos pacientes que eventualmente serão
vítimas da ganância e da irresponsabilidade!
Biomédica esteta se indigna com a situação
Conversamos com uma biomédica esteta que destacou a importância que a
classe dá ao paciente. Ela menciona o quão arriscado é o local que foi
feito o procedimento na vítima.
A biomédica esteta também se solidarizou com a situação enfrentada pela dermatologista.
“Nós,
biomédicos estetas, procuramos evitar ao máximo esses tipos de
procedimentos arriscados. Nossa conduta é sempre com procedimentos
minimamente invasivos em áreas que não ofereçam riscos. Há áreas que são
consideradas como seguras, mas se houver algum erro estético as
consequências são mínimas e totalmente reversíveis. Agora, há áreas mais
delicadas e mesmo que as chances possam ser mínimas, basta acontecer um
único erro para acabar com a vida do paciente e a própria vida
profissional. Haja visto o caso ocorrido em Olinda-PE,
onde a colega cometeu um erro estético, mas com sorte tudo foi
revertido e a jornalista está sã e salva! E ao que ficamos sabemos a
biomédica teve que arcar com as despesas em quase 60 mil reais, não
sofreu nenhum processo na justiça, mas desistiu da carreira na estética.
O que a médica dermatologista vai passar não se compara a toda a dor e
sofrimento da paciente. Esse tipo de coisa não se deseja nem para os
inimigos. Desejo que tudo se resolva da melhor forma.”
Radiologista comenta caso de necrose
Um médico responsável por radiografia avaliou todas as fotos e opinou
sobre o caso. É algo realmente impressionante o que aconteceu.
“Por azar,
o ácido hialurônico deve ter entrado em alguma veia que drenava para a
veia oftálmica e acabou embolizando essa veia oftálmica, imagino eu,
pelo que eu vi nas imagens. Entupiu a veia e aconteceu esse estrago
todo. É aquele tipo de situação que o colega faz 1000, 2000
procedimentos e apenas 1 dá erro. Ninguém merece passar por isso! “
Na realidade não foi bem por azar… Procedimentos de preenchimento que
atingem as áreas dos olhos e nariz, ou seja, terço superior da face,
não são recomendados pelas metodologias mais seguras e nem por
profissionais mais responsáveis. O risco pode ser pequeno, mas quando
acontece é o mesmo que pular de paraquedas e falhar, ou seja, não tem
volta!
Situação realmente complicada e que merecia maior atenção do médico
que realizou o procedimento. Infelizmente não foi isso o que ocorreu.
E se tal erro acontecesse na mão de um profissional da saúde? Será
que os médicos alegariam “azar”? Jogariam a culpa na estatística?
A importância da hialuronidase
Na mensagem que recebemos junto com as fotos, o profissional que
atendeu a vítima após o procedimento, nos informa que foi feita a
tentativa de reversão da necrose com injeção de hialuronidase.
Isso nos leva a crer que tal DERMATOLOGISTA não sabia como agir após a
complicação que provocou à paciente. Para um caso gravíssimo como esse
não seria mais possível utilizar hialuronidase.
Mas são esses mesmos médicos dermatologistas quem acusam biomédicos
estetas, cirurgiões dentistas orofaciais, farmacêuticos estetas e
enfermeiros estetas, falando que caso aconteça uma complicação, estes
profissionais não seriam qualificados para reverter quaisquer
intercorrências. Uma grande inverdade.
Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro, não é mesmo?
Tal situação só mostra o quanto o profissional médico dermatologista é despreparado.
Essa briga promovida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) está
totalmente focada na questão da estética. Sequer TODAS as demais
áreas/especialidades da medicina estão sofrendo com sombreamento de
competências. Infelizmente para a cirugia plástica e dermatologia a pele
é um órgão externo e por isso eles terão de se conformar em dividir o
direito de intervenções com as demais profissões da saúde. É uma grande
cara de pau dessas duas especialidades se vitimizarem. Repare que nem
oftalmologia, nem neurologia, nem cardiologia e todas as demais
especialidades médicas estão reclamando pelas supostas afrontas ao “Ato
Médico”.
Então, gostou deste artigo? Deixe sua indignação nos comentários ou nas nossas redes sociais. Vamos responder a todos!
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