Maria Eduarda nasceu antes da hora e sofreu uma paralisia
Terezinha e a filha Maria Eduarda Foto: Arquivo Pessoal |
“A coisa mais magnífica que já pude sentir em toda minha
vida”. É assim que Terezinha Monteiro, de 40 anos, define como foi sua
emoção ao descobrir estar grávida de sua primeira filha. Casada com
Reinaldo Gomes e mãe de Maria Eduarda, hoje com 8 anos, Terezinha diz
que sua gestação foi um milagre, já que ela tinha ovários policísticos.
Após o nascimento da filha, a mamãe percebeu que havia algo errado e buscou ajuda para entender o que se passava com a menina.
– Aos poucos, comecei a descobrir que minha filha não fazia
coisas normais, como sentar. Eu a levei à pediatra, que me encaminhou ao
neurologista. Descobri que, por um erro médico, me induziram a um parto
normal com cinco meses de gestação, com um bebê de 8,70 gramas. Eduarda
não teve forças para nascer e ficou em sofrimento fetal, o que causou a
paralisia – relata Terezinha ao Pleno.News.
Maria Eduarda teve o parto forçado aos 5 meses de gestação Foto: Arquivo Pessoal |
Após o diagnóstico, a rotina de Maria Eduarda se dividiu entre
fisioterapia, musicoterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Aos
poucos, ela foi se desenvolvendo, mas o medo do que viria pela frente
era inevitável.
– Diversas vezes eu temi. Em 2011, ela teve uma parada cardíaca na
madrugada. Ela teve outras, assim que cheguei ao hospital. Foi um
desespero, me senti tão impotente. Pensei que ia perder minha filha, mas
tinha fé que daria certo. No outro dia houve um milagre e ela não
precisou mais ficar entubada. Até hoje peço forças a Deus para dar
conta, porque não é fácil.
Além do medo, Terezinha precisa lidar muitas vezes com a dificuldade
de locomoção. Moradora de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro,
ela reclama que existem poucos centros de reabilitação na região. Assim
como o difícil acesso para crianças deficientes em shopping.
– Nos shoppings, os carrinhos para crianças deficientes são só para
as menores. Não tem para a idade da Maria Eduarda e isso é bem difícil.
Mesmo que você queira pagar, não encontra um que se adapte à criança
especial. E eu ainda tive que lidar com o preconceito na escola.
Coloquei minha filha em uma das melhores, paguei mensalidade e comprei
todos os materiais, mas minha filha não fazia nada e ficava largada,
chorando. Hoje ela está em uma escola municipal onde é muito bem
respeitada.
Graças às terapias, a menina consegue se desenvolver, aos poucos Foto: Arquivo Pessoal |
“SONHE ALTO”
Minha filha é o motivo da minha vida e quero sempre vê-la
melhor. Ela está sempre superando seus obstáculos, apesar de ter apenas 8
aninhos. Por isso, aviso às mães que não deixem o preconceito dos
outros impedir que vocês sejam mães.
Façam coisas que crianças normais fazem. Não limite seus filhos
por uma deficiência. Sonhe alto porque eles também sonham. Se você não
sonhar com eles, eles serão frustados. Minha filha diz que vai ser
policial federal e “médica de criança” e eu a encorajo.
Quem disse que é impossível? Eu creio em Deus e, se estiver nos
planos Dele, ela será a mais linda e bela policial e pediatria do Rio de
Janeiro. Você duvida? Eu não!
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