Uma história sobre o descaso com a saúde da população em vários pontos
do país. Na Região Metropolitana de Porto Alegre uma paciente foi
chamada para uma consulta pelo SUS onze anos depois de ter […]
Uma história sobre o descaso com a
saúde da população em vários pontos do país. Na Região Metropolitana de Porto
Alegre uma paciente foi chamada para uma consulta pelo SUS onze anos depois de
ter morrido. Ela estava na fila de espera por um reumatologista.
Pouco antes do fim do ano, Dona Erni
recebeu uma correspondência. Um comunicado para a mãe dela comparecer ao posto
de saúde, em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O problema é
que a Dona Zilá já morreu.
“Fiquei chateada, porque uma coisa
assim eu jamais esperava que fosse vir, porque foi onze anos depois que ela
faleceu”, diz a filha de Zilá, Erni Almeida.
A filha conta que a mãe tinha
dificuldades para caminhar e passou os últimos dois anos de vida esperando para
se consultar com um especialista. “Ela precisava de um reumato. Uma consulta
que de repente podia ter evitado tanta coisa”, diz a filha.
A prefeitura, que coordena os
atendimentos pelo Sistema Único de Saúde, diz que a ficha de dona Zilá foi
encontrada em 2013. Estava junto com outros 30 mil pedidos de consultas com
especialistas, fora do sistema informatizado. No principal posto de saúde do município
o controle dos pacientes ainda é feito em fichários antigos e preenchidos a
mão.
“Essa senhora se incluía nesse grupo
de pessoas, então talvez possam até surgir mais casos assim. Por isso a gente
está fazendo o chamamento”, diz o diretor da Secretaria de Saúde, Carlos Souza.
Agora, os pacientes estão sendo
chamados para evitar que a espera por um médico aumente ainda mais. Só na
reumatologia, hoje, são 1,2 mil na fila. Situação que revolta quem esperou
tanto tempo por um problema que não foi resolvido.
“Isso que eu acho engraçado, porque
se a gente está devendo na prefeitura eles te acham. Pelo teu CPF, qualquer
coisa. Mas quando é para um médico, uma coisa, eles não acham. Volta tudo à
lembrança. De repente ela podia ter mais atenção dos médicos, da saúde”, diz
Erni Almeida.
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