De acordo com dados divulgados pela Defensoria Pública, no último dia 18 haviam 135 pessoas na fila de espera por um leito
A precariedade do sistema de saúde no Rio afeta diversas famílias (Foto: Agência Brasil) |
Em média mais de seis pessoas morrem por dia no Rio de Janeiro por
falta de leitos em Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais públicos.
Ainda de acordo com dados divulgados pela Defensoria Pública, no último
dia 18 haviam 135 pessoas na fila de espera por um leito, a maioria por
infarto ou acidente vascular cerebral.
A Defensoria pede a expansão do número de leitos de CTI no estado,
além da condenação por dano moral, por causa do sofrimento causado aos
afetados pela situação.
A precariedade do sistema de saúde no Rio afeta diversas famílias. É o
caso das filhas de Zenilda. A aposentada morreu no último domingo após
sofrer uma parada cardíaca e claro, por causa também da negligência.
A idosa de 84 anos foi internada em uma Unidade de Pronto Atendimento
da Zona Norte por falta de ar. O quadro piorou e os médicos apontaram a
necessidade de um leito de UTI, que não tem na unidade. Sem vagas nos
hospitais públicos, a família recorreu à justiça. Foram três decisões
liminares obrigando o estado e o município a disponibilizarem um leito,
mas isso não aconteceu:
O relatório da Defensoria Pública mostra ainda que o déficit de vagas
no sistema fluminense chega a 194. Em alguns municípios, entretanto,
sobram leitos. São os casos de Campos, no Norte Fluminense, com 46 a
mais, e Valença, no médio paraíba, com 45 vagas sobrando.
De acordo com o defensor público Daniel Macedo o que agrava é que não
são pacientes com quadro de saúde estável, mas sim pessoas que podem
estar perdendo tempo de cura:
No Rio de Janeiro, já há, desde 2011, uma ação coletiva ajuizada pelo
Ministério Público do Estado do Rio em conjunto com a Defensoria
Pública contra o estado, visando à expansão da rede, mas ainda tramita
no Tribunal de Justiça.
No país, a baixa criação de vagas preocupa. Desde 2014, a taxa de
abertura de novos leitos não passa de 5%. No último ano, sete estados
mantiveram a mesma quantidade de leitos ou até cortaram. Um dos casos
mais graves é o do Distrito Federal, que perdeu 4% dos leitos de UTI em
dez anos.
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