Com
falta de ar e fortes dores no peito e, após 3 horas de espera, mulher volta
para casa sem ser atendida
Dayse Miranda, especial para Tribuna do Vale |
O
Pronto Socorro de Santo Antônio da Platina, mais uma vez, está entre as
principais reclamações da comunidade. Depois de um período de paz, no final do
ano passado, sem ser alvo de denúncias, a gritaria contra o que chamam de
descaso e desrespeito à vida volta com força total, como é o caso de uma
paciente que desabafou nas redes sociais.
A
jovem Meiredjeine Thais Pires, de 29 anos, desabafou nas redes sociais após
passar três horas na sala de espera da unidade de saúde, com fortes dores no
peito e falta de ar. Segundo a denunciante, havia somente duas pessoas na
frente dela e nenhum caso de emergência para ser atendido. Ela relata que deu
entrada no PS 1h40 da manhã de segunda-feira, 6, ficou aguardando atendimento
até às 4h40 e só passou pelo serviço de triagem.
As
denúncias sobre as recorrentes demoras já vem acontecendo com frequência na
unidade e infelizmente quem sofre é a população. “Achei um descaso total. Fui
embora chorando sem atendimento. Pra mim isso é falta de ética profissional e
falta de amor ao próximo, são vidas que eles estão lidando”, desabafou Thais
Pires.
No
final do ano passado, época em que aumenta a procura pelo Pronto Socorro, a
unidade funcionou sem registrar casos de repercussão. O diretor do PS, o médico
Diogo Ralph Burani, em recente entrevista à Tribuna do Vale, explicou que, na
ocasião, conseguiu viabilizar junto à administração a disponibilização de dois
médicos, principalmente nos período de maior volume de atendimento. Porém, no
início deste ano a unidade de saúde voltou a ter atendimento de apenas um
profissional.
Mas
este não é o caso das mais recentes denúncias. Segundo os pacientes, o problema
de demora no atendimento é recorrente, mas quando há pouco fluxo de doentes.
Esta tem sido a razão das reclamações, caso da paciente Thais Pires.
Investigação
A
secretária Municipal de Saúde, Gislaine Galvão, alerta aos denunciantes que
para formalizar as reclamações devem ligar no número 156, que é o único meio da
prefeitura conseguir tomar alguma providência legal diante de casos
relacionados com mau atendimento, negligência e outros. Lembrando que a
população pode fazer a denúncia gratuitamente por telefone ou então pela
plataforma online.
“Já estamos tomando providências cabíveis em
relação ao Pronto Socorro. Estamos analisando os prontuários dos
denunciantes para verificar quais as causas que levaram a gerar demora
nos atendimentos. Estamos tentando de todas as formas melhorar a
qualidade da saúde platinense”, asseverou.
Secretária explica sobre falta de medicamentos
Em
virtude de outras denúncias que revelam falta de remédios na Farmácia
Municipal, a secretária de Saúde, Gislaine Galvão, explica que a empresa
vencedora do pregão não está entregando os medicamentos listados pelo executivo
desde fevereiro, prejudicando a população. Desta forma, para amenizar a escassez
de remédios, a prefeitura está fazendo processo de compra direta, com a
finalidade de suprir a demanda. Porém, os medicamentos acabam saindo mais caros
do que o orçamento previsto, sobrecarregando o setor.
Por
ano, o município investe mais de R$ 1 milhão em medicamentos, cerca de R$ 100
mil por mês. “A nossa demanda é muito grande e agora estamos com este processo
administrativo em aberto por conta da empresa que não está cumprindo sua parte
no contrato. Os medicamentos da Farmácia Municipal são oriundos de três
lugares: Governo do Estado, da Relação Municipal de Medicamentos e também do
Consórcio Paraná Saúde. Estamos fazendo o possível e tentando resolver com o
máximo de urgência para abrir um novo pregão”, justificou.
Outro
problema que vem agravar o quadro já caótico é a notícia de que o Paraná corre
o risco de ficar sem um terço dos medicamente que normalmente recebe da União
por conta de falhas no Ministério da Saúde, conforme divulgado ontem pela
Agência Brasil. A própria Secretaria de Saúde do Paraná anuncia que fará
aquisição emergencial para evitar a falta de remédios nas farmácias dos
municípios.
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