Polícia Civil autuou uma médica que trabalha no posto de saúde de Nova Ubiratã por prevaricação depois que ela se negou a atestar a morte de uma mulher. No entanto, informou que Corregedoria apura denúncia de médica contra delegado.
Camila Inácio de Oliveira fez denúncia ao MP e ao CRM — Foto: Arquivo pessoal |
A Polícia Civil autuou uma médica que trabalha no posto de saúde de
Nova Ubiratã, a 506 km de Cuiabá, por prevaricação depois que ela se
negou a atestar a morte de uma mulher, que passou mal em uma fazenda, no
Distrito de Santiago do Norte, em Paranatinga, a 411 km de Cuiabá.
Conforme a polícia, uma resolução do Conselho Federal Medicina diz que,
nas localidades em que não existe o Serviço de Verificação de Óbito, as
declarações de morte devem ser fornecidas pelos médicos do serviço
público de saúde mais próximo do local do fato onde ocorreu o evento, na
ausência por qualquer médico da localidade.
No entanto, de acordo com a Polícia Civil, a Corregedoria do órgão recebeu na quarta-feira (6) a denúncia feita pela médica, de que o delegado e um investigador de polícia a teriam coagido a assinar o atestado de óbito, e vai apurar o caso.
A médica Camila Inácio de Oliveira diz que não poderia assinar o laudo
da morte, já que o corpo precisava passar por um exame que deveria ter
sido feito em Cuiabá, no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo a Polícia Civil, foi feito um Termo Circunstanciado de
Ocorrência (TCO), porque a própria médica informou que não havia
suspeita, por prova testemunhal ou do ponto de vista clínico, que a
morte poderia ser proveniente de homicídio ou eventual suicídio.
Até a emissão do atestado, assinado pela médica, de acordo com a
polícia, o corpo da vítima ficou 10 horas dentro de um veículo,
aguardando que a situação fosse resolvida.
Celina da Silva de Amorim, 50 anos, que morava com o marido na Fazenda
Jatobá, em Paranatinga, morreu na madrugada do dia 5 de fevereiro após
passar mal e ser levada dentro de uma caminhonete até Nova Ubiratã.
No hospital de Nova Ubiratã, quando o corpo ainda estava dentro do
veículo, a médica verificou os primeiros sinais e constatou que a mulher
já estava morta. A família ficou aguardando, com o corpo dentro da
caminhonete, o atestado de óbito, que foi negado com a informação de que
o corpo deveria ser trazido para Cuiabá, ao Serviço de Verificação de
Óbito (SVO), para que fosse atestada a morte.
A polícia alega que, após a médica se negar a assinar o atestado
médico, em razão do corpo já estar há mais de 8 horas dentro do veículo,
o advogado da fazenda orientou a família a registrar boletim de
ocorrência na Delegacia
A médica foi levada à unidade policial. Segundo ela, a polícia a ameaçou e a obrigou a assinar o laudo.
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